EXCLUSIVO – Após assumir a Superintendência da Susep em 16 de novembro, o corretor de seguros Alexandre Camillo, veio a São Paulo para conversar com o mercado, em evento organizado pelo Sindicato dos Corretores de Seguros de São Paulo e pelo Sindicato das Seguradoras de São Paulo. O superintendente apresentou os membros da diretoria colegiada e suas atribuições. Além de apresentar os novos membros da diretoria colegiada da autarquia, o superintendente ressaltou sua postura de retomada de diálogo com o mercado, além de promover a revisão de algumas normas e de incrementar o desenvolvimento do setor.

A exposição a novos riscos e a pandemia aumentaram a percepção da sociedade e do consumidor sobre o mercado de seguros. Isso se traduz nos números para 2022 apresentados por Camillo. “Em fevereiro, arrecadamos quase 27 bilhões de reais, crescimento 21,3% em relação a fevereiro de 2021. O acumulado no primeiro bimestre de 2022 foi de R$ 52,78 bilhões, com crescimento de 13,5% em relação ao primeiro bimestre de 2021. Este crescimento é um alerta de tudo o que ainda temos por fazer”, alertou Camillo.

Os números do seguro rural e seguro transporte demonstram a pujança do setor e a importância dos corretores de seguros para atingir estes números. “Temos um total de quase 116 mil profissionais corretores de seguros (divididos entre PJ e PF), São Paulo, responde por 50, 5 mil profissionais.

Somos um mercado dinâmico, concorrencial, com muita atenção aos consumidores. Portanto não é preciso falar de inovação como se o setor fosse arcaico, o que não é.

Alexandre Camillo

Alexandre Camillo

Para o futuro, Camillo disse que é preciso ter um olhar sobre o resseguro diante da escalada dos riscos globais. A interoperabilidade do Open Banking e Open Insurance, com seus avanços e aprovações no Conselho Diretor de proposta conjunta com CMN (Conselho Monetário Nacional). A securitização e a sustentabilidade do setor são temas que serão desenvolvidos ainda neste ano.

Sobre as SISS (Sociedades Iniciadoras de Serviços de Seguros), Camillo disse que estas empresas devem fazer a gestão dos dados dos consumidores que serã utilizados no Open Banking. “Sabemos que a atribuição dada a elas traz desconforto para o mercado e é preciso reposicioná-las”, enfatizou Camillo. Entretanto, há um temor por parte do mercado de que estas empresas sejam uma nova forma de intermediação, o que pode prejudicar os corretores de seguros ou, ainda, influenciar nos custos do novos produtos.

Há recomendação da CGU para a revisão do seguro DPVAT, através de um Grupo de Trabalho aprovado no Conselho Nacional de Seguros Privados. A Susep quer ser a mais contributiva possível para ampliar o diálogo e construir alguma coisa que atenda o setor e a sociedade.

Esta gestão põe fim aos momentos de sobressalto. Adicionalmente, há a busca pelo momento de segurança, respeito, segurança e estabilidade para que as pessoas possam investir, empreender. A estabilidade vem do ponto de vista do Governo, regulação e supervisão. Traremos estabilidade, porque vamos produzir de acordo com a leitura assertiva sobre o que a sociedade espera de nós.

“Temos que colocar o setor no nível de percepção e reconhecimento, seja do setor público, politico, negócios e da sociedade. A sociedade nunca esteve tão exposta a riscos, seja pelas questões climáticas, sanitárias, políticas ou econômicas. Isso se traduz em oportunidade e em comprometimento em ofertar à sociedade um instrumento para reposição de perdas afetivas e materiais.

Camillo transferiu o escritório regional da Susep, em São Paulo, para o prédio do Banco Central, na Avenida Paulista. De lá, pretende despachar uma semana por mês. Seu expediente inclui duas semanas no Rio de Janeiro, sede da autarquia e uma semana em Brasília.

Participantes

O evento foi aberto pelo presidente do Sindseg-SP, Rivaldo Leite, que abriu o debate neste primeiro evento presencial promovido pelo Sindicato dos Corretores de Seguros de São Paulo. “Após dois anos à frente do Sindseg é a primeira oportunidade de estar próximo aos meus pares. Temos que aproveitar este momento”.

Boris Ber, presidente do Sincor-SP, mostrou-se emocionado pela troca de experiências ao longo dos últimos 10 anos com Camillo. “Nada poderia ter sido melhor para o mercado do que ter o Camillo como superintendente da Susep. Todos conhecem a sua competência, persistência e insistência. Temos muito orgulho de sua jornada. Este é um recomeço e retomada em um momento muito importante”.

Dyogo de Oliveira, em seu primeiro pronunciamento público, disse que espera que a nova administração cure as feridas e traga novas expectativas para o futuro. “Queremos construir uma pauta que de ao setor a percepção de relevância que ele realmente tem. Temos magoa porque a sociedade não nos vê como gostaríamos. Vamos abrir as portas para um crescimento vigoroso, que vá além dos números. Precisamos aumentar nossa cobertura em termos de ativos cobertos”, enfatizou.

Armando Vergilio, presidente da Fenacor, disse que renasce a esperança do diálogo e da reconstrução, principalmente de erros cometidos contra o mercado, no cumprimento de suas atribuições.

Diretoria colegiada

Marcelo Rocha é o responsável pela Diretoria Técnica 1 , responsável pela regulação e supervisão de grandes riscos e resseguro, autorização e credenciamento das supervisionadas, cadastramento dos corretores de seguros e processos administrativos sancionados; Augusto Coelho, da Diretoria técnica 2, é responsável pela regulação e supervisão de segmentos massificados de dados, seguros de pessoas, capitalização, previdência privada aberta, orientação ao consumidor e promoção da educação financeira;  o responsável pela Diretoria Técnica 3, José Nagano, já acompanha o superintendente em vários setores e agora responderá pelas normas prudenciais, sistema de registro de operações, Open Insurance, prevenção à lavagem de dinheiro, supervisão de governança, estrutura de gestão de riscos e controles internos; Por fim, Carlos Queiroz, que está em processo de nomeação, responderá pela área prudencial, supervisão monitoramento e fiscalização das operações e do funcionamento das supervisionadas e regulação em temas específicos na Diretoria Técnica 4.

O quadro de servidores da Susep, pelo regimento, é de 800 servidores. A autarquia opera com 300 colaboradores, mas pretende ampliar o quadro em breve.

Kelly Lubiato
Revista Apólice

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