EXCLUSIVO – Com a pandemia e a adoção do home-office, diversos desafios surgiram para aqueles que lideram uma equipe. É isso que a aponta uma pesquisa do OTRS Group. A empresa ouviu 500 executivos do mercado de seguros da Alemanha, Estados Unidos, Brasil, México e Cingapura sobre quais são as principais dificuldades da liderança na era digital. Destes, 66% ??ocupam nível gerencial (sênior), 22% são diretores e 12% são vice-presidentes ou atuam em C Level. Do total, 49% trabalham no setor B2B (business to business), 29% no segmento B2C (business to consumer) e 22% na administração pública.

Carlos Toledo

Segundo o estudo, 57% dos participantes consideram um desafio gerenciar membros da equipe distribuídos em escritórios residenciais. Os entrevistados apontaram que o maior desafio do trabalho remoto é a formação de equipes e a manutenção de contatos pessoais: 69% dos entrevistados consideram isso ‘desafiador’ ou ‘muito desafiador’.  “A figura de um gestor que manifeste genuína preocupação e empatia às mais diversas situações e desafios que os funcionários possam enfrentar é cada vez mais importante. Saber lidar com a diversidade de perfis será uma característica cada vez mais bem-vinda, com respeito à internalização a diferentes tipos de pensamentos”, afirma Carlos Toledo, diretor executivo de Recursos Humanos da Zurich.

A seguradora retomou as atividades com um modelo flexível desde 11 de abril. A companhia adotou um formato em que os operadores de call center ficam em trabalho remoto, devido à natureza de suas operações, e os demais colaboradores puderam optar pelo modelo presencial ou pelo híbrido, com dois dias de trabalho presencial e três remoto. Especificamente no escritório de São Paulo, a empresa reformou completamente o espaço, a fim de acolher os funcionários no retorno e suportar esse novo formato de trabalho. “Antes de voltarmos, consideramos diversos fatores que para nós são de extrema importância. Um dos mais importantes é o bem-estar físico e emocional das equipes. Outro ponto é prover os funcionários com ferramentas tecnológicas para a execução de suas tarefas da melhor forma, seja presencial ou remotamente”, diz Toledo.

Na SulAmérica, os escritórios estão disponíveis desde janeiro de 2022 para os times se reunirem. Os colaboradores devem reservar estações de trabalho (em um aplicativo de gestão do espaço físico), caso seja necessário permanecer no escritório antes ou depois do horário de trabalho. Também é possível que os funcionários reservem estações de trabalho contingencialmente, quando tiverem algum tipo de problema para trabalhar de casa ou quando precisarem se deslocar para a empresa ou proximidades durante o horário do expediente.

Segundo Flávia Neves, superintendente de RH da companhia, os líderes apontaram dificuldades para gerir e motivar a equipe à distância, para liderar uma equipe que não conheciam pessoalmente, para fazer reuniões individuais de feedback com temas mais delicados ou mesmo acompanhar os acontecimentos da vida dos funcionários e manter a rotina de atividades. “Fizemos algumas ações de desenvolvimento e compartilhamento de experiências focadas nos gestores e pudemos constatar, por meio de uma escuta trimestral, que, ao longo do tempo, a experiência dos gestores evoluiu e equiparou-se a dos não gestores”, afirma a executiva.

Luciana Amaral

Para manter o engajamento das equipes, a Tokio Marine estabeleceu algumas ações. Uma delas foi a “Papo de time”, na qual são realizados encontros mensais com os gestores para conversas sobre socialização, saúde mental, produtividade no modelo híbrido e outros temas. Além disso, a seguradora disponibilizou cursos sobre o papel do gestor no contexto do trabalho remoto. Luciana Amaral, diretora de Pessoas, Planejamento e Sustentabilidade da empresa, acredita o investimento em treinamento da liderança é fundamental. “A tendência é uma gestão mais humanizada, com foco no propósito e nos valores de cada empresa, e maior atenção para a saúde mental e o bem-estar dos colaboradores. Nesse novo momento que estamos, ainda aprendendo a compreender e a lidar com o trabalho remoto, já ficou claro que, para além do salário, a identificação com a forma pela qual cada companhia lida com questões essenciais para a sociedade é um fator essencial para motivar e reter um funcionário”.

Renato Pedroso

Ainda de acordo com a pesquisa do OTRS Group, a intenção de garantir comunicação e colaboração à distância seguras acaba refletindo no orçamento e nos planos de investimento dos executivos. Neste sentido, a Previsul realizou a adoção de mecanismos de proteção nos dispositivos dos colaboradores, utilização de VPN e treinamentos para identificação de comunicações suspeitas que podem conter spywares ou malwares. “A principal tendência para gestão e liderança do mercado segurador é a busca por profissionais com competências de gestão voltadas à inovação e canais digitais, face a alta demanda pela digitalização das operações de seguros”, ressalta Renato Pedroso, presidente da seguradora.

Nicole Fraga
Revista Apólice

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